
A enorme dívida da China paira sobre a economia como a Espada de Dâmocles
As autoridades chinesas estão cada vez mais atentas ao crescimento acelerado da dívida do país — um dos principais desafios que o governo busca conter antes que se transforme em uma ameaça real à estabilidade econômica. Segundo estimativas da Reuters, a dívida total da China já ultrapassa 300% do PIB, e analistas acreditam que esse número pode continuar crescendo de forma significativa.
Apesar desse cenário, o Banco Popular da China (PBOC) adota um tom cauteloso e sinaliza que está preparado para agir, caso o contexto exija. De acordo com Xuán Chángnèn, vice-governador do PBOC, o país mantém o compromisso com uma política monetária “adequada e flexível”.
Durante uma conferência, ele afirmou que o país possui ampla margem de manobra em sua estratégia monetária e reforçou que o banco central está preparado para ajustar sua postura conforme as circunstâncias exigirem.
Atualmente, a relação entre a oferta de dinheiro (M2) e o PIB já ultrapassa os 200%, enquanto o índice de alavancagem do crédito macroeconômico chega a 300% — dois indicadores que seguem em alta e, segundo Xuán, são motivo de preocupação.
Ele explicou ainda que o PBOC pode optar por reduzir a taxa de compulsório e cortar os juros em breve. No entanto, qualquer medida será adotada “no momento apropriado, considerando as condições econômicas e financeiras, tanto internas quanto externas, bem como o comportamento dos mercados”.
Esse posicionamento ocorre em um cenário global marcado por tensões geopolíticas, desglobalização e alta volatilidade. Diante disso, muitos analistas acreditam que o banco central chinês deverá avançar com novas medidas de estímulo nos próximos meses — especialmente diante do impacto crescente das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.