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Reputação da Boeing despenca

Reputação da Boeing despenca

A Boeing, gigante da indústria da aviação, viu sua reputação despencar, assim como seus aviões. A liderança da empresa admitiu envolvimento em uma conspiração de fraude criminal relacionada a dois acidentes fatais do 737 Max. Especialistas consideram essa confissão um golpe devastador para a reputação do lendário fabricante americano de aeronaves. No entanto, um ponto positivo é que o arrependimento sincero pode evitar uma intensa batalha judicial, enquanto a empresa tenta resolver seus inúmeros problemas.

Segundo a Procuradoria dos EUA, a corporação multinacional está sujeita a uma multa substancial de US$ 487,2 milhões, mas o valor real será determinado pelos representantes legais. O Departamento de Justiça dos EUA solicitou que o tribunal credite à empresa o valor já pago em compensações, o que poderia reduzir a nova multa para US$ 243,6 milhões.

Como parte do acordo legal, a Boeing também estabelecerá supervisão corporativa. A diretoria será obrigada a gastar US$ 455 milhões na implementação de programas de conformidade e segurança nos próximos três anos e estará em liberdade condicional sob supervisão judicial.

Analistas acreditam que a admissão de culpa da Boeing marca um momento desastroso na história centenária da empresa. Anteriormente, a organização passou por sérios abalos causados pelos dois acidentes com o 737 Max em 2018 e 2019, que resultaram em 346 mortes.

O acordo legal pode também complicar o relacionamento da Boeing com o governo dos EUA, colocando em risco sua reputação como grande contratante de defesa e fabricante das aeronaves presidenciais. Por outro lado, o acordo poupa a empresa da necessidade de prolongar um processo criminal enquanto suas finanças estão em situação crítica.

Os problemas financeiros da Boeing devem-se à desaceleração na produção após os acidentes com o 737 Max. Atualmente, a empresa está focada na melhoria da qualidade e no re-treinamento dos funcionários sob a supervisão da Administração Federal de Aviação (FAA). Relatórios indicam que as perdas potenciais no primeiro semestre de 2024 podem chegar a cerca de US$ 8 bilhões. Nos últimos seis meses, a Boeing tem enfrentado uma crise agravada por um grande acidente em que um de seus aviões evitou por pouco uma catástrofe, situação que levou à admissão de culpa pela empresa.

Em maio de 2024, o Departamento de Justiça dos EUA determinou que a Boeing havia violado um acordo de acusação adiada de 2021 relacionado aos acidentes anteriores. Posteriormente, concluiu que a fabricante falhou em implementar um programa eficaz para prevenir e detectar violações.

A gestão da Boeing confirmou anteriormente que chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA sobre os termos do acordo. Sob o acordo de 2021, a fabricante americana de aeronaves pagou uma multa criminal de US$ 243,6 milhões e admitiu ter enganado a FAA sobre o sistema de controle de voo envolvido nos acidentes.

O último acordo foi duramente criticado pelas famílias das vítimas dos acidentes, que rapidamente apresentaram objeções. Sob os novos termos, o conselho de administração da Boeing se comprometeu a se reunir com os parentes das vítimas. Advogados que representam as famílias disseram que o próximo passo da empresa será assumir total responsabilidade em casos civis e cumprir integralmente os termos acordados.

Anteriormente, a Boeing foi investigada pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), pelo Congresso dos EUA e por um grande júri após o acidente envolvendo um voo da Alaska Airlines em janeiro.

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