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O reinado do dólar americano não poderá ser desafiado nas próximas décadas

O reinado do dólar americano não poderá ser desafiado nas próximas décadas

A maioria dos analistas está otimista quanto à força do dólar americano a longo prazo. Além disso, as faturas de produtos petrolíferos continuam sendo liquidadas em dólares, e essa prática dificilmente será revista. Mas será que isso significa que o dólar americano vai reinar para sempre? O tempo dirá!

De acordo com alguns especialistas, a mudança de alguns países para outras moedas não afetará a hegemonia do dólar. Um desses países é a Arábia Saudita. O dólar, contudo, certamente resistirá tanto à decisão de Riad de vender seu petróleo em outras moedas quanto às tentativas dos BRICS de criar sua própria moeda. Esses planos ambiciosos demandam tempo para serem implementados.

Os participantes do mercado e os analistas ficaram preocupados quando as autoridades sauditas decidiram não renovar o acordo de segurança com os EUA, que exigia a venda exclusiva de petróleo em dólares. Nesse contexto, a questão do possível colapso do dólar americano voltou a surgir entre os investidores. Na verdade, esses temores são infundados, pois não consideram várias circunstâncias importantes.

Em primeiro lugar, em abril de 2024, a Arábia Saudita detinha US$ 135,4 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA. Segundo especialistas, sua participação na dívida federal dos EUA não excede 3%. Além disso, o novo acordo que Washington planeja assinar com Riad não exige que as autoridades do Reino comprem dívida nacional americana ou realizem todas as transações em dólares. Portanto, a dependência da economia dos EUA em relação à política da Arábia Saudita é exagerada. O Reino pode vender petróleo por qualquer moeda, mas o dólar americano continua sendo o principal meio de pagamento.

Em segundo lugar, a hegemonia do dólar não será minada por transações em yuan entre Riad e Pequim. Atualmente, os países realizam alguns de seus contratos em renminbi, mas o papel do yuan nas liquidações mútuas não deverá crescer muito. Enquanto isso, o dólar americano continua sendo o meio de pagamento mais conveniente, utilizado para cotações de mercado, derivativos, liquidações comerciais, etc.

Os analistas explicam que o sistema financeiro global não será alterado pelo fato de que o regulador saudita assinou um acordo com o Banco Popular da China para 50 bilhões de yuans (US$ 7 bilhões) e que o Reino se juntou ao projeto mBridge para criar uma moeda digital de banco central (CBDC) transfronteiriça.

Em terceiro lugar, o comércio global mudou. Anteriormente, era baseado em commodities como petróleo bruto ou trigo, mas a tendência agora está se deslocando para produtos acabados e serviços. Em 2023, as exportações globais aumentaram para US$ 23,8 trilhões, com petróleo e produtos petrolíferos representando menos de 10%. A participação da Arábia Saudita na exportação global desses hidrocarbonetos foi de 11%. Assim, não são esperadas mudanças drásticas nos mercados globais, mesmo que Riad adote transações em yuan, rúpias ou liras.

Por fim, muitos analistas exageram a importância dos países do BRICS e seu papel em desafiar o reinado consolidado do dólar. Apesar das tentativas de criar sua própria moeda, o grupo não tem um plano de ação claro e de progressos significativos nessa direção. Os especialistas apontam que para lançar uma moeda verdadeiramente unificada, é necessário resolver uma série de questões, como diferenças nas estruturas econômicas, alta inflação, políticas orçamentárias e financeiras, entre outros desafios.

Uma previsão mais realista é que o mundo não está enfrentando o colapso do dólar americano ou a criação de moedas unificadas, mas sim o estabelecimento de zonas monetárias separadas. Atualmente, o dólar mantém sua liderança e beneficia outros países além dos EUA com seu sistema unificado. Essas mudanças significativas levarão décadas para se concretizarem.

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